no meio do fim, a gente tenta sobreviver
sobre o caos do presente, redes sociais e o que fazemos com o nosso tempo
» tempo de leitura: 4 minutos
» para ler ouvindo: confetti | charlotte cardin
« edição anterior: a gente passa a vida inteira indo e vindo
estar na internet é estar, de alguma forma, aberta e aberto para o mundo. e isso – como a gente bem pode atestar olhando para esses meros 20 e poucos dias de janeiro de 2025 – pode ser uma coisa aterradora demais. cruel demais.
absurda demais.
e, ainda assim, muito comum e corriqueira.

eu vi um vídeo da
essa semana que colocou o ingrediente final, a cola superpoderosa, no caldeirão de ideias, assuntos e temas que eu estava, sem muita coerência, querendo trazer para recomeçar (mais uma vez) essa newsa palavra-chave que fez o truque acontecer foi a palavra:
conforto 🕊️✌️
uma palavra mágica de fato.
uma palavra que, inconscientemente ou não, sempre norteou a minha vida – nos últimos dois anos ainda mais. pensar na nossa necessidade (como mulheres, como pessoas habitando esse mundo, essa internet) cada vez mais crescente de conforto amarrou todos os assuntos que eu queria trazer pra vocês, pra gente, hoje.
o conforto que nós podemos criar no nosso mundo (virtual e offline) depende muito, eu estava matutando, das nossas decisões e do que nós escolhemos trazer para dentro da nossa vida. tirando a discussão importante da desigualdade de distribuição de dinheiro e, por consequência, de tempo no Brasil – e indo mais diretamente para a brecha de privilégio que cada pessoa tem (se tiver), concluo:
a gente precisa aprender a se dar mais conforto
e isso passa (e muito!) pelas escolhas que a gente faz e pelos conteúdos (e pessoas e artigos e projetos e passatempos e hábitos) que a gente escolhe trazer para dentro da nossa vida. dentro da conjunta atual, é muito simples e muito rápido a gente atingir um nível de cansaço e de exaustão tão grande, tão profundo, que a gente mal consegue pensar direito. ver as notícias está cada vez mais aterrador.
pra todo o lado que a gente olha, o mundo está acabando.
e a gente ainda tá aqui:
pegando o metrô ou o trem cheio de manhã pra ir pro trabalho; cuidando da criança; cozinhando-indo-pra-academia-cuidando-da-casa; se preocupando ficar viva e continuar trabalhando nesse calor infernal sem ar condicionado.
no meio de todo o fim, a gente tenta sobreviver
e eu não consigo achar isso nada além de muito emocionante.
o contraste é absurdo – apocalíptico, até. como que as pessoas, eu e você e tanta outras, continua vivendo e insistindo e tentando apesar do fim iminente? pra mim, essa é a fagulha da “Força da Vida Que Precisa Acontecer” – e nada mais.
essa é a nossa verdadeira finalidade.
e ela basta por si só.
pensando em tudo isso, eu entendi muito do lugar & da ângulo & da forma com a qual eu vou criar conteúdo e ocupar o meu lugar na internet ao longo de 2025. e aqui dentro desse parágrafo, como quem não quer nada, fica o meu apelo:
cuida de bem dos conteúdos que você consome
reveja, um por um por, os criadores de conteúdos, amigos e parentes que você segue no instagram. observa o tempo que passa, no auge do cansaço, navegando no feed do instagram, do x, do youtube, do pinterest.
observa o que você está observando.
e busque ocupar novos espaços, na vida real e na vida virtual.
uma das coisas que mais me preocupa & que me distancia do substack é a quantidade insana de publicações e de pessoas que (quase) todos os ‘meus’ assinantes seguem. essa rede social de newsletters parece ser só mais um mais canal para as pessoas se afogarem de informação. tenho 0 conclusões sobre isso.
apenas atesto:
se você não filtrar o que você busca e o que você encontra na internet a sua mente vai ser só mais extensão do google ou do instagram – e a gente bem sabe como e de que lado essas empresas estão andando hoje em dia.
a sua mente precisa resistir. a sua vida offline precisa resistir.
você precisa começar a ser menos soterrada de conteúdo o tempo todo e ser mais ativa em filtrar, colocar limites e ir encontrar aquilo que você busca pra sua vida.
e tudo isso passa por fazermos escolhas mais conscientes.
↓ avisos importantes
a partir de agora, a newsletter do Eu Organizado será enviada duas vezes por mês, aos domingos de manhã: um email mais longo, como esse, e outro bem curtinho.
o email mais longo vai ser, via de regra, uma discussão e tema mais elaborado.
talvez comas histórias, exemplos pessoais, bastidores e anúncios do que está acontecendo & sendo criado no Eu Organizado. o email curtinho vai ser a nossa pausa para o café ♡ eu quero construir uma coisa bem legal pra vocês.
já já vocês vão ver como eles vão ser.
aos poucos, eu estou voltando à criar conteúdo nas redes do Eu Organizado. se você tiver um tema ou um tópico ou uma pergunta que você gostaria muito que eu respondesse aqui, na news ou em outro lugar, joga ela lá nos comentários.
eu adoro criar as nossas pautas em conjunto com vocês :)
PS
o podcast voltou e o episódio 50 tá no ar! já foi ouvir? se escutar, me busca no instagram depois pra dizer o que achou. vamos trocar ideias 👀
↓ sugestões valiosas de conteúdo online
uma seleção de links bons, importantes, que vão fazer valer à pena o tempo:
eu não entendia essa coisa de comprar flores pra decorar a casa • reels
o risco de não saber o que se quer, da
• carrosselo aplicativo que ganhou o meu coração: o mymind • aplicativo
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♡ aproveita e vem aqui no app deixar um comentário? vou adorar!
› se achegue aqui nessa rede falida pra gente conversar mais de perto
› dizem as boas línguas que o blog do Eu Organizado vai voltar 👀 será?
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se puder, recomenda essa news pra alguém que você gosta. isso ajuda muito a nossa pequena comunidade a crescer ❤️🔥
Que alegria receber a sua carta e ver refletida nela alguns dos meus desassossegos, Ana!
Realmente anda difícil coexistir (ou seria existir dentro da?) na internet esses dias, e não consigo deixar de pensar nas palavras recentes da minha terapeuta, de que "hoje em dia o que a gente mais precisa é de uma dieta de internet, consumir muito menos do que a gente costumava".
Acho que isso também se reflete em quem quer produzir coisas pra cá, em como escolhemos aparecer nas redes, o que e o quanto queremos dizer nesse mar revolto de informação. 2025 tá prometendo ser um ano de muitas reflexões nessa área, e me anima saber que estamos nessa mesma vibração :)